PUBLICADO EM 13/05/2021

O Legado de Júpiter – Temporada 1

 

O Legado de Júpiter – Temporada 1

A nova série da Netflix chega num momento muito especial para os fãs de super-heróis, que estão vendo várias adaptações de qualidade para as telas de tv, além de ser a primeira parceria entre a gigante do serviço de streaming e Mark Millar, que já viu outros de seus trabalhos em quadrinhos ganharem adaptações cinematográficas como Kick-Ass e Kingsman.

Acontece que essa expectativa de uma nova grande produção de super-heróis para concorrer na guerra dos streamings cai por água abaixo logo nos primeiros minutos de O Legado de Júpiter.

Na trama acompanhamos Utópico (Josh Duhamel), lendário super-herói que já está em idade avançada e tem problemas em tentar passar o seu legado heroico para uma nova geração de heróis, incluindo seus filhos, Brandon (Andrew Horton) e Chloe (Elena Kampouris), que ou não se sentem prontos para alcançar o mesmo nível do pai ou não concordam com os preceitos datados do pai.

Em meio aos casos de família no presente, que ainda incluem a esposa de Utópico, Grace (Leslie Bibb) e seu irmão Walter (Ben Daniels), também super-heróis, voltamos para o passado em flashbacks para descobrir como um jovem Sheldon Sampson e seus amigos ganharam seus poderes.

Apesar da trama ser levemente interessante e trazer questionamentos pertinentes sobre a responsabilidade dos heróis com a sociedade e como devem se portar para dar o exemplo, tudo isso fica jogado de lado por conta da falta de cuidado da produção. Todos os aspectos técnicos deixam a desejar, quando não são simplesmente risíveis.

Logo de cara notámos uma estranheza na maquiagem de envelhecimentos dos atores no presente, que dependendo do ângulo ou da luz fica claro a fala de capricho. O figurino também é pouquíssimo inspirado, parecendo algumas vezes um cosplay. As cenas de luta são muito mal coreografadas e filmadas, e quando unidas a efeitos especiais que seriam datados lá no começo dos anos 2000, a única comparação que vem em mente é com a novela Mutantes: Caminhos do Coração da Rede Record.

Outros aspectos que conseguem piorar a experiência é a trama espichada ao máximo e a edição sem sentido. Parece que tudo foi inchado para ocupar os oito episódios, quando poderia ter sido resolvido na metade disso. É comum sentir que a história fica dando voltas sem sentindo e repetindo os assuntos a exaustão. Por sua vez a edição que fica indo e voltando entre passado e presente parece aleatória, não conseguindo fazer seus temas conversarem ou apenas picotando a narrativa e quebrando ritmo.

Com algumas atuações aceitáveis e outras no máximo esforçadas, sofrendo com a falta de algum tipo de direcionamento mais definido, é possível chegar ao final da temporada e se deparar com um plot twist no estilo miojo, que fica pronto em três minutos. Para que O Legado de Júpiter continue será necessário que a Netflix perceba que não só o hype ou o assunto do momento sustentam algo, é preciso o mínimo de cuidado e atenção com seu produto, ainda mais com várias outras produções de temática semelhante anos luz a frente.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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