O diretor Peter Farrelly, que construiu sua carreira ao lado do seu irmão, Bobby Farrelly, fazendo comédias como Debi & Lóide: Dois Idiotas em Apuros (1994) e Quem Vai Ficar com Mary? (1998), recentemente decidiu fazer de forma solo, filmes mais sérios, como Green Book: O Guia (2018), que fala sobre a segregação racial nos Estados Unidos nos anos sessenta, e agora com Operação Cerveja, decide abordar a Guerra do Vietnã.
Na trama, Chickie (Zac Efron) quer apoiar seus amigos que lutam no Vietnã, então ele decide fazer algo impensável: levar pessoalmente cerveja americana para eles. O que começa como uma jornada bem-intencionada muda rapidamente a vida e a perspectiva de Chickie.
Dado o material promocional, a sinopse do longa e até o currículo do diretor, seria possível esperar uma visão mais leve e absurda dos fatos, mas o filme opta por um caminho meio sinuoso, deixando o humor praticamente de lado, e carregando a mão no tom mais sério quase que o filme inteiro.
Em meio a esse tom meio deslocado, está Zac Efron, que entrega uma boa atuação naquilo que lhe é proposto, o problema é que a construção de seu personagem é meio estranha. Por mais ingênuo e confiante nas tropas americanas, haviam notícias de mortes de seus colegas. Ele realmente achar que seria tranquilo levar cerveja no meio da guerra para seus amigos é realmente incrível, tanto que essa tecla é batida ao longo do próprio filme.
O terço final do filme mergulha completamente no drama, e é onde de fato há uma mudança na mentalidade do protagonista sobre a guerra, mas mesmo isso parece feito de forma tímida. Quando ele confronta o veterano de guerra dono do bar, interpretado por Bill Murray, ele apenas joga uma dúvida no ar, mesmo depois de ver e passar por tudo que passou.
Além de Murray, que tem uma pequena participação, outro grande astro presente é Russell Crowe, que tem um pouco mais de destaque como um repórter cobrindo a guerra, mas não chega a acrescentar muito.
Cheio de boa intenção, mas escorregando um pouco na incisão de sua mensagem, Operação Cerveja, peca ao não definir exatamente seu tom, não sendo uma comédia em si, nem um drama muito convincente.
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Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
