PUBLICADO EM 23/10/2020

Os 7 de Chicago

 

Os 7 de Chicago

Os 7 de Chicago se passa em 1968, quando uma manifestação pacífica contra a Guerra do Vietnã durante a Convenção Nacional Democrata se transformou em um violento confronto com a polícia e a Guarda Nacional dos EUA. Os organizadores da manifestação foram acusados de conspiração e incitação à desordem.

O diretor e roteirista Aaron Sorkin se baseia nesses fatos reais, que posteriormente deram origem a um dos maiores julgamentos da história, para conduzir seu longa, e ele faz isso em sua maior parte dentro do tribunal. Esta decisão poderia deixar o filme enfadonho, mas o caso é tão peculiar e é conduzido de forma tão parcial pelo juiz que temos uma experiência muito instigante e dinâmica. Há também momentos de respiro com flashbacks da manifestação e discussões sobre o prosseguimento do julgamento entre uma sessão e outra.

Como existem muitos personagens alguns acabam se destacando mais que outros, como Tom Hayden (Eddie Redmayne), o mais idealista de todos e que por mais tempo tente a acreditar no sistema. Em oposição temos Abbie Hoffman (Sacha Baron Cohen) que desde o inicio enxerga tudo como um grande circo com motivações politicas. Yahya Abdul-Mateen II, embora tenha menos tempo de tela como Bobby Seale, tem uma presença marcante e carga emocional que seu personagem necessita. E claro, impossível não citar Frank Langella como juiz Julius Hoffman, que nos faz querer esganar a vossa excelência.

O longa transita entre o drama do tribunal e os momento tensos na manifestação e por vezes usa imagens reais junto com as filmagens e mesmo assim ele alivia bastante do que foi a brutalidade policial na época, talvez neste sentido, tirando um pouco da potência da narrativa. Há também alguns respiros bem humorados encaixados ao longo das duas horas do filme, que até são bem vindos, mas novamente, tiram um pouco do peso da gravidade da situação.

Apesar de alguns clichês de um filme que tenta manipular as emoções do telespectador, Os 7 de Chicago é muito competente principalmente em seu texto, atuações e edição, e tem muito potencial para figurar nas vindouras premiações audiovisuais.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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