PUBLICADO EM 09/01/2024

Os Rejeitados

 

Os Rejeitados

Os Rejeitados é o mais novo filme do diretor Alexander Payne (Nebraska, Os Descendentes), que na maioria das vezes consegue dosar na mesma proporção um bom drama e uma comédia leve. Aqui ele retoma a parceria com Paul Giamatti, que protagonizou Sideways: Entre Umas e Outras (2004).

A trama acompanha a desventura de um professor mal-humorado (Paul Giamatti) de uma prestigiada escola americana, forçado a permanecer no campus para cuidar do grupo de alunos que não tem para onde ir durante as férias de Natal. Ele acaba criando um vínculo improvável com um deles – um encrenqueiro magoado e muito inteligente (Dominic Sessa) – e com a cozinheira-chefe da escola (Da’Vine Joy Randolph), que acaba de perder um filho no Vietnã.

O filme por vezes lembra um pouco Sociedade dos Poetas Mortos (1989), o que por si só já é um baita elogio. A grande diferença é que diferente de Robin Williams, Giamatti é amargurado, frustrado e odiado por todos. E a dinâmica professor-aluno é focada em Giamatti e Sessa e não na turma toda.

A história dos três protagonistas se entrelaça, mas a visão de mundo deles é tão distinta e singular, que faz o improvável trio ter uma força única. Infelizmente mais para o final a personagem de Randolph acaba ficando meio escanteada e avulsa, mas enquanto está em tela sua presença é marcante.

A performance de Giamatti é incrível e encontra seu auge nas sutilezas, e mostra que não é necessário fazer coisas espalhafatosas para se destacar. Sessa, estando em seu papel de estreia, também surpreende mostrando aos poucos várias camadas de seu personagem.

O roteiro de David Hemingson é muito feliz ao lidar com elementos pesados de forma séria, por mais que o filme seja leve. Não há nenhum momento em que você dá uma gargalhada alta ou vá se debulhar em lágrimas, mas aquele sorriso de canto de boca e aquela lágrima prestes a cair, graças a pequenos gestos sempre estarão lá.

Payne e companhia são muito felizes ao contar uma história simples, mas cheia de significado, que tem sua força na sutileza, nos pequenos gestos e aprendizados. Aquilo que torna as amizades improváveis ainda mais fortes, e por isso eternas.

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  4.5

 

SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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