Na temporada de premiações do ano passado Cillian Murphy ganhou diversos prêmios por sua atuação em Oppenheimer, incluindo o Oscar, então Pequenas Coisas Como Estas acaba recebendo uma atenção especial por ser o primeiro projeto do ator após essa sua consagração, algo que dificilmente aconteceria se não fosse o caso, já que se trata de um filme pequeno e de menor repercussão.
A sinopse oficial diz: “Bill Furlong (Murphy), um respeitável comerciante de carvão e madeira, leva uma vida simples com a família. Durante o período de Natal, ele faz uma descoberta perturbadora sobre um convento local e as jovens mulheres que ali vivem.”
Como já era de se esperar o maior destaque do filme é a atuação de Murphy. O diretor Tim Mielants, que já havia trabalhado com o ator em Peaky Blinders, não poupa closes e o foco totalmente no protagonista apenas observando suas expressões e principalmente as sutilezas da sua atuação. Essa inclusive é uma das virtudes de Murphy aqui, ele não precisa de muito para mostrar o quanto seu personagem tem muito mais oculto sob sua aparente plenitude.
Muito dos sentimentos que Furlong reprime são explicados em flashbacks ao longo do filme. Eles são essenciais para entendermos sua real motivação de se opor ao convento.
A grande questão do longa é que é construída uma enorme tensão ao longo do filme, onde pode se esperar uma grande revelação do que se passa no convento, ou de que Furlong vai fazer algo drástico, e isso não acaba acontecendo. É uma quebra de expectativa das maiores já vistas.
O contexto histórico dos problemas religiosos e políticos na Irlanda fazem diferença no quanto você consegue se conectar na história e a fotografia fria faz com que essa conexão seja ainda mais difícil. Por fim, Pequenas Coisas Como Estas tem uma ótima atuação de Murphy, mas deixa a desejar na condução da história e na entrega de algo mais contundente ao final.
Nós estamos no Facebook e você também pode nos achar no Instagram e X antigo Twitter, curta as páginas e fique por dentro do UNIVERSO REVERSO.
Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
