PUBLICADO EM 26/07/2021

Pig

 

Pig

Nicolas Cage é um dos atores mais enigmáticos de Hollywood, isso porque ele tem grandes trabalhos ao longa da carreira como Despedida em Las Vegas, que lhe rendeu o Oscar de melhor ator em 1996, mas recentemente ele é conhecidos por projetos excêntricos como o bootleg de Five Nights at Freddy’s ou Jiu Jitsu, que parecem servir apenas para pagar as contas.

Por isso é complicado saber o que esperar de um projeto dele atualmente, ou sequer se é possível levar a sério, e quando nos deparamos com a premissa de Pig essa dúvida só aumenta. No filme de Michael Sarnoski, diretor que estreia em longas metragens, um caçador de trufas que vive isolado numa floresta de Oregon se vê obrigado retornar ao seu passado na cidade de Portland em busca de sua amada porquinha de estimação depois que ela é sequestrada.

Mesmo com o trailer apontando um direcionamento mais sério do filme, só possível acreditar pra valer com o filme em si, e é necessário poucos minutos pra perceber a qualidade empregada aqui. Com uma rápida introdução mostrando a rotina de Rob e de sua porca, e claro aproveitando todo o vasto cenário bucólico, sem perder muito tempo somos levados nessa jornada em busca do animal e tentar entender quem é esse homem tão excêntrico e misterioso.

Por um breve momento você pode relacionar esta história com John Wick, que busca vingança pelo seu cachorro, mas ela não poderia se distanciar mais, com sua abordagem muito intimista, reflexiva e melancólica. Cage está incrivelmente bem no papel do protagonista amargurado e indiferente ao mundo exterior. Não é exagero dizer que esta pode ser uma das melhores atuações de sua vida. Ele transmite um caminhão de emoções tanto quando fala de seu jeito seco e direto ou quando fica calado. É quase como um retrato de seu momento atual fora das telas, ele faz o filme que quiser, por mais maluco que seja, e parece não se importar com opiniões alheias.

Por mais que o roteiro siga um caminho bem pé no chão, um clima de imprevisibilidade sempre fica pairando no ar, porque não sabemos o que um cara tão desgarrado da sociedade e sem ter nada a perder pode fazer. O fato de irmos descobrindo aos poucos sobre o passado do protagonista e de várias coisas na verdade ficarem subentendidas, aumenta ainda mais o clima de suspense, por mais que ele não seja tão intenso. O diretor usa bastante planos onde a câmera fica parada e ação se desenrola, como uma moldura, e também no plano e contra plano no rosto dos atores, para aproveitar ao máximo suas atuações.

Sarnoski, que também escreveu o roteiro, a partir da história que desenvolveu com Vanessa Block, consegue entregar uma trama curiosa, envolvente e com momentos verdadeiramente tocantes, sendo bastante direto, não subestimando sua audiência e com muita segurança da história que ele queria contar.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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