Premonição foi uma franquia de muito sucesso, ganhando 5 filmes entre 2000 e 2011, mas que devido a qualidade cada vez mais duvidosa dos filmes, acabou ficando bastante tempo na geladeira, antes de ser ressuscitada agora em 2025 com o sexto filme subtitulado Laços de Sangue.
O longa acompanha os pesadelos mortais da jovem universitária Stefanie (Kaitlyn Santa Juana). Focada em entender o que significam essas visões, Stefanie volta para a cidade onde cresceu para tentar encontrar a única pessoa capaz de quebrar o ciclo fatal: sua avó Iris (Gabrielle Rose/Brec Bassinger).
O filme abre com um cena nos anos 60, e meio que estabelece um retcon, algo que particularmente eu não gosto muito, mas que devido a falta de aprofundamento da mitologia criada na franquia até agora, funciona muito bem e acaba dando algumas respostas que os fãs poderiam ter feito em algum momento.
Sobre a cena em si, ela é muito bem feita, em termos de direção principalmente, algo que não é muito costumeiro de ser visto nos filmes de Premonição. Há toda uma construção da tragédia aos poucos sendo concretizada juntamente com um engajamento nos personagens que acabamos de conhecer. A música aqui também é muito bem utilizada, e é algo recorrente no filme todo. Mérito aos diretores Zach Lipovsky e Adam B. Stein, que em algum nível devem ter se inspirado em James Gunn, já que duas músicas icônicas de Guardiões da Galáxia (2014) aparecem aqui também.
A decisão de focar exclusivamente numa família que teve sua vida alterada pela intervenção nos planos da Morte é muito bem vinda, pois torna tudo mais intimo e palatável. Os relacionamentos entre eles são muito mais relevantes para trama e uma história mais coesa pode ser contada.
Os efeitos também melhoraram muito, e claro que houve uma evolução natural da tecnologia deste o começo dos anos 2000, mas em alguma continuações da franquia os efeitos já eram risíveis para sua época, imagine agora. Existem muitos efeitos prático também, que complementados com CGI funcionam muito bem.
Dito tudo isso, ainda temos um filme de Premonição, com mortes estapafúrdias, meio grotescas, meio engraçadas e que muitas vezes brincam com a nossa expectativa de como tudo vai ocorrer. É um trabalho bem feito de as vezes criar vários cenários possíveis e complexos e no final as coisas acontecerem de forma muito simples e nos pegarem de surpresa.
Este é de longe o melhor filme de Premonição já feito, sabendo trabalhar o background estabelecido e o vínculo entre os personagens de forma muito agradável Uma pena que no final tudo precise se encaixar dentro da fórmula já estabelecida da franquia, o que acaba sendo um pouco frustrante.
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Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
