PUBLICADO EM 04/05/2018

Sonhos de inverno – F. Scott Fitzgerald (resenha)

 

Sonhos de inverno – F. Scott Fitzgerald (resenha)

Recentemente, uma nova coleção da folha foi lançada. A primeira edição foi “Sonhos de Inverno”, por F. Scott Fitzgerald. Ao contrário do que pode se pensar, a obra se trata de um dos contos escritos pelo autor, mas não um romance – ou seja, não se trata de uma narrativa extensa. A sua primeira publicação foi em 1922 pela Metropolitan Magazine, e, em seguida, escalada para o livro de contos “Todos os jovens tristes”, em 1926.

Assim como todos os escritos de Fitzgerald, esse não nos resta dúvida de que possui um tom cínico e de paralelidade entre a sua vida e a do personagem. A narrativa mais uma vez explora o amor impossível, esse mostrado ao decorrer de 18 anos da vida de Dexter Green. Logo nas primeiras páginas temos o protagonista, aos 14, se demitindo do trabalho de caddie – um ato impulsivo, mas que já demonstrava orgulho para com a personagem pela qual nutriria um amor quase que platônico pelos próximos anos: Judy Jones.

Judy, a princípio, é descrita em uma curta frase, mas extensa em relação ao tempo que fará sentido – “lindamente feia, como costumam ser as garotinhas destinadas, alguns anos depois, a serem indizivelmente adoráveis, e trazerem misérias sem fim a um grande número de homens.” Dexter estava certo, por mais que tampouco pensasse que ele estaria incluído, anos depois, nessa enumeração de homens que se tornariam pobres de felicidade.

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F. Scott Fitzgerald

Dá-se conta de estar na visão de Judy quando finalmente entra para a alta sociedade, ao investir em uma lavanderia. Se sua amada deixava claro sua paixão por dinheiro, por um momento Dexter fingiu não o amar, momento esse em que vê Judy entristecida por ter saído com um homem pobre. Conclui, então, que, por bem ou mal, teria de ter dinheiro. Ousa dizer a ela, ganhando seu coração, que sua renda é superior a maioria dos jovens de sua idade. Por mais que não fosse mentira, tratou-se de um cortejo infalível.

Dexter, todavia, por vezes esquecia que Judy não era a mulher que desejava, por ora, cumprir com suas promessas de noivado. Se em uma noite pretendia se casar, na manhã seguinte já não possuía tanta certeza. Ao ser deixado, serviu como soldado na Primeira Guerra Mundial, e é aqui que, mais uma vez, parece que estamos lendo uma pequena autobiografia de Scott.

Os tais “sonhos de inverno” sempre estão presentes nas narrativas do autor. O que é sempre belo de notar em seus textos, é que até o último minuto não há perda de esperança de conquistar o tal amor. A cura do sentimento, entretanto, é inatingível: “Amava-a e a amaria até o dia em que estivesse velho demais para amar – mas não podia tê-la. De modo que ele experimentou a dor mais profunda, que é reservada apenas aos fortes, assim como tinha experimentado, por breve período, a felicidade profunda”.

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SOBRE O AUTOR

Satine

Aos 13 anos, descobri que o mundo literário era muito mais interessante do que o real. Pouco a pouco fui conhecendo sobre cinema, literatura; arte num geral, e nunca mais parei. Fascinada por viagem no tempo e tudo o que remete ao passado, sou apaixonada por Jazz, especialmente Frank Sinatra, e por Scott Fitzgerald, um dos autores que mais me encanta. Escrever é um dos meus maiores hobbies, já que é dessa maneira que me expresso plenamente. Que a força esteja com todos!

 

 


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