PUBLICADO EM 29/05/2022

Stranger Things – Temporada 4 (Parte 1)

 

Stranger Things – Temporada 4 (Parte 1)

Após 3 longos anos de espera, finalmente Stranger Things está de volta a Netflix com sua quarta temporada, ou pelo menos sua primeira parte. A espera pode ser recompensadora, já que apesar de uma quantidade menor episódios, todos possuem mais de uma hora de duração, e a continuação será daqui a pouco mais de um mês.

Como foi dito diversas vezes pelos atores ao longo de entrevistas antes da estreia, essa é sem dúvida a parte mais assustadora e violenta da série, que conseguiu amadurecer com seus personagens, abordando temas mais sensíveis e indo mais fundo em quanto de terror consegue colocar num conteúdo, teoricamente, family friend. O terror corporal é usado sem nenhum remorso logo no primeiro episódio, como nunca antes visto no seriado.

Apesar dessa evolução e amadurecimento, os irmãos Matt e Ross Duffer, criadores, produtores e principais roteiristas da série, não esquecem do ponto forte do show, os personagens. Cada um dos rostos já conhecidos e amados tem seus próprios caminhos e a divisão de núcleos faz muito bem para gerar novas dinâmicas e nunca deixar o ritmo cair, pois sempre existe algo acontecendo em algum lugar, seja na Rússia, Califórnia ou Hawkins.

A jornada de Eleven (Millie Bobby Brown), principal protagonista, começa interessante, já que está sem seus poderes e está tendo dificuldades para se adaptar a sua nova vida na Califórnia, mas conforme a trama avança, meio que acabamos revivendo momentos passados em seu período no laboratório de Hawkins, agora sob uma nova perspectiva. Ela acaba ficando isolada da trama principal e alguns momentos fica repetitivo, demorando para engrenar.

O núcleo jovem continua sendo a espinha dorsal da série, e as interações entre Steve (Joe Keery), Robin (Maya Hawke), Nancy (Natalia Dyer), Dustin (Gaten Matarazzo) são ótimas. Max (Sadie Sink), ganha um peso dramático muito forte devido ao trauma do final da última temporada. Lucas (Caleb McLaughlin) parece que vai tomar rumos inesperados, mas acaba caindo no lugar comum. Joyce (Winona Ryder) forma uma ótima e engraçada parceria com Murray (Brett Gelman) em sua trama própria de espionagem para salvar Hooper (David Harbour), que por sua vez está vivendo seu momento Prison Break na Rússia, que apesar de interessante parece se prolongar mais do que o necessário, para poder se alinhar com o ápice da série em outros núcleos. Já o restante do núcleo na Califórnia com Jonathan (Charlie Heaton), Will (Noah Schnapp) e Mike (Finn Wolfhard), tem seus bons momentos com a adição de Argyle (Eduardo Franco), mas que na verdade pouco influência na trama principal.

Falando em novos personagens, este é outro trunfo de Stranger Things, que a cada temporada vai adicionando novos tipos, no mínimo inusitados, que conseguem cativar o público, além do maconheiro Argyle, temos o metaleiro Eddie (Joseph Quinn) com sua personalidade marcante e pronto pra cair nas graças do píblico, o enigmático Dmitri (Tom Wlaschiha) e Jason (Mason Dye) que cumpre bem seu papel de ter alguém que podemos odiar sem remorso.

E mesmo com tantos núcleos e personagens ainda temos tempo para um novo e ameaçador vilão, Vecna, envolvo em um mistério que se sustenta bem até o final desta parte.
Stranger Things retorna com sangue nos olhos e nos faz lembrar porque gostamos tanto dela, por seus personagens carismáticos, mistérios sobrenaturais e uma trama que tem tudo pra degringolar a qualquer momento mas consegue se manter nos trilhos. Apesar de tudo ainda é meio brochante o final, em que temos algumas respostas, mas a grande resolução para a grande ameaça fica de fato para a segunda parte, pelo menos isso foi deixado bem claro desde o princípio.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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