Terrifier é uma franquia de terror que começou totalmente underground, mas que a cada novo filme vem ganhando mais notoriedade pelo seu vilão marcante e por abusar da extrema violência gráfica e bons efeitos práticos.
No novo filme da franquia, o palhaço assassino Art (David Howard Thornton) está pronto para espalhar o caos sobre os moradores inocentes do Condado de Miles durante uma pacífica véspera de Natal, o que faz Sienna (Lauren LaVera) reviver traumas do passado e botar em xeque sua sanidade.
Qualquer pessoa que vá esperando muita coisa de um filme como Terrifier, além das sequências brutais de violência com toque de humor, está com as expectativas meio desalinhadas. Mas em contrapartida, é notável a evolução as produções e cada filme. No começo era tudo beirando o amadorismo, já neste terceiro longa é clara uma produção mais caprichada. Logo, era no mínimo esperado que a base central da franquia permanecesse e a mitologia que começou a ser estabelecida no filme anterior tivesse mais desenvolvimento, o que não acontece infelizmente.
Ao estabelecer uma heroína/final girl no filme anterior era esperado que ela fosse ainda mais desenvolvida aqui, e o aspecto sobrenatural fosse mais explorado, para consolidar de vez a franquia no gênero, mas tudo que temos é um mais do mesmo. Parece inclusive que o público é apenas enrolado para um quarto filme (que já está confirmado). E como a franquia sempre vem numa crescente isso acaba sendo decepcionante.
Falando sobre o que de fato interessa, as atrocidades de Art, elas estão realmente mais grotescas e absurdas. Continuamos vendo, com detalhes as vezes, o palhaço desmembrar pessoas aleatórias com requintes de crueldade de várias formas possíveis: Marreta, martelo, serra elétrica, nitrogênio líquido, revolver, não importa, o arsenal dele é tão sobrenatural quanto sua própria presença. Um dos grandes destaques são a qualidade dos efeitos, porque o criador da franquia Damien Leone, é mestre em fazer as tripas e vísceras que aparecem em tela parecerem bastante reais.
A grande questão, ao meu ver, é que apesar da escala aumentar e vermos um Art cada vez mais sádico, Leone parece não ter evoluído tanto como diretor ou roteirista. Não existem mortes realmente criativas ou cenas super elaboradas, e novamente, estamos num terceiro filme, era de se esperar que a esta altura isso tivesse evoluído de alguma forma.
Existe uma tentativa de brincar com o símbolo religioso natalino e deixar ainda mais claro que a Sienna é a nossa salvadora, mas se comparado com tudo visto antes, nem dá pra dizer que eles foram ousados em entrar nesse meio espinhoso, só parece ser um metáfora muito literal e mal feita.
Certa vez vi um comentário dizendo que o Art é o que aconteceria se o Mr. Bean virasse um psicopata, bom, eu não poderia concordar mais. Mesmo estacionado criativamente, Art ainda tem seu charme e sua graça fazendo suas atrocidades. Mas se você tem estômago fraco ou baixa tolerância a um espetáculo visceral sem muito propósito, melhor passar longe de Terrifier, pois este não é o filme para você.
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