The Witcher é uma série de fantasia medieval, grande aposta da Netflix pra ser seu novo sucesso de público. Baseada no livros do polonês Andrzej Sapkowski, a franquia já tinha uma grande base de fãs por conta da adaptação para os games feita pela CD Projekt, que também usaram o material fonte para se inspirar.
A trama acompanha Geralt de Rívia (Henry Cavill), um bruxo, que nesse mundo fantástico, alcança essa condição através de mutações alquímicas e a partir disso passa a usar seus aprimoramentos para caçar monstros, embora a sociedade também o considere um monstro. Em paralelo vemos a transformação da camponesa Yennefer (Anya Chalotra) em uma poderosa feiticeira, e a jornada da misteriosa Princesa Cirilla (Freya Allan), ou apenas Ciri, para encontrar seu destino.
Os primeiros dois livros são na verdade um compilado de 13 contos, e o grande desafio dessa adaptação live action era tentar mascarar este caráter episódico e deixar a trama mais coesa, o que em certo ponto foi bem sucedido.
Outro acerto foi dar um tempo de tela bem equilibrado entre os três protagonistas, Geralt, Yennefer e Ciri. Era de se esperar que com a escalação de Henry Cavill para viver o “bruxeiro” as outras personagens ficassem ofuscadas, mas isso não ocorre, apesar da trama da Ciri pouco se desenvolver. A princesinha de Cintra apenas foge o tempo todo, encontrando um percalço aqui outro acolá, e um mistério acerca de sua personagem ficou pra segunda temporada.
Embaralhar as linhas temporais e ir revelando aos poucos para o telespectador em que momento cada um dos personagens está também foi uma boa sacada. Isso é feito de forma até bem sutil, mas qualquer um que esteja prestando o mínimo de atenção não irá sofrer com isso.
O que pode atrapalhar a experiência de quem chega de para-quedas é achar que vai encontrar uma ação desenfreada, episódios com cliffhangers incríveis ou revelações de explodir cabeças, porque esta não é de fato a proposta. É perceptível a intenção de quebra de expectativa, nem tudo que parece ser é, não existe o mal ou bem absoluto, e no meio disso temos nosso protagonista tentando sobreviver da melhor maneira possível.
As atuações são boas, as coreografias de lutas também, mas os efeitos especias apesar de operantes deixam a desejar em alguns momentos, assim como a produção no geral. Esta primeira temporada é consistente e diverte quem gosta do tema, mas não chega a empolgar tanto quanto o esperado. A segunda temporada já está confirmada, então é esperar para que o sucesso traga mais investimento e The Witcher possa melhorar e se manter com qualidade por bastante tempo, pois há muito potencial a ser desenvolvido.
Nós estamos no Facebook e você também pode nos achar no Instagram, e Twitter, curta as páginas e fique por dentro do UNIVERSO REVERSO.