PUBLICADO EM 22/10/2024

Todo Tempo que Temos

 

Todo Tempo que Temos

Todo Tempo que Temos é o novo filme dirigido por John Crowley (Brooklyn) com roteiro de Nick Payne, que nos mostra uma história comovente, divertida e muito calorosa.

No filme, Almut (Florence Pugh), uma talentosa chef de cozinha se apaixona por Tobias (Andrew Garfield), um homem recém-divorciado. Juntos, o casal constrói um lar e forma a família que sempre sonharam. O relacionamento, no entanto, acaba sendo desafiado quando uma doença surge, e eles precisam lidar com a situação.

O primeiro destaque é obviamente o casal protagonista, que exala química por todos os poros possíveis. Pugh é encantadora, vívida, o tipo de pessoa que consegue iluminar o ambiente com o seu sorriso, e quando precisa, consegue mostrar a dor e vulnerabilidade de sua personagem. Já Garfield é um cara mais metódico e centrado, com a aquela eterna cara de um cachorro que caiu do caminhão de mudança, e quando eles se juntam é como se peças de um quebra cabeça de encaixassem, um completa o outro.

Outro fator que importante a ser ressaltado é a montagem do longa. Nós estamos sempre indo e voltando na timeline do casal. Num momento eles acabaram de se conhecer, no outro já tem uma filha, depois voltamos para o primeiro jantar em família, e avançamos para gravidez, voltamos para o tempo atual. Não que isso seja novidade, mas é muito bem feito e nunca temos nada completamente aleatório, a disposição das cenas sempre nos fazem querer saber como tudo se desenrolou.

Acredito que cada pessoa vai se relacionar de maneira distinta com a parte mais dramática, dependendo da sua bagagem ou experiências pessoais, isso pode ter mais ou menos impacto em quem assiste. Mas um dos grandes trunfos do longa é ser bastante respeitoso com o tema, e realmente nos fazer acreditar que aquelas poderiam ser pessoas reais, vivendo, amando e sofrendo de forma muito genuína. Seria muito fácil cair num melodrama barato ou numa história de superação, mas não é isso que acontece, ainda bem.

A trilha sonora é discreta, mas algumas cenas ganham com a inserção de ótimas músicas conhecidas, como I Dare You do The xx, o que marca ainda mais esse clima “indie” da produção. É o tipo de filme que se saísse a uns 10 anos atrás ia bombar no Tumblr. Ele pega várias convenções do gênero mas apresenta de uma forma esteticamente muito agradável.

Todo Tempo que Temos é essencialmente um filme simples, mas muito acolhedor e por vezes devastador, acima de tudo sendo um história de amor, e sobre amor, de forma muito sincera e bonita.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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