Adaptação do enorme sucesso literário escrito por Delia Owens, o filme Um Lugar Bem Longe Daqui, tenta captar a essência da obra original e replicar o êxito comercial com um filme de baixo orçamento para o cinema atual inundado de blockbusters.
Na trama, Kya (Daisy Edgar-Jones) é uma garota abandonada, que teve que se criar sozinha no brejo da Carolina do Norte. Por anos, rumores da “Menina do Brejo” assombraram Barkley Cove, isolando a garota de sua comunidade. Atraída por dois jovens na cidade, Kya se abre para um mundo novo e estimulante, mas quando um deles é encontrado morto, ela é imediatamente considerada a principal suspeita.
A protagonista vivida por Edgar-Jones, de fato rouba todos os holofotes para si, mas isso ao custo dos personagens secundários com quase nenhum aprofundamento ou carisma. Com um pouco mais de 2 horas de duração é complicado manter o interesse fixo em uma única personagem.
As transições entre drama, romance e depois o mistério, são um tanto abruptas, sem uma suavidade necessária para tornar as coisas mais agradáveis. Talvez este ser apenas o segundo longa metragem dirigido por Olivia Newman, tenha pesado na forma como ela conduziu o ritmo do filme, ou talvez a adaptação do texto feita por Lucy Alibar, que também não tem uma experiência tão vasta assim no cinema, tenha deixado de lado passagens que fariam essa transição de gêneros mais coesa.
A música tema composta e interpretada por Taylor Swift é boa, e transpõem bem a proposta do longa, mas faltou um encaixe dentro da narrativa que trouxesse um impacto maior a ponto de se tornar um momento realmente marcante.
Toda a parte envolvendo o julgamento e o tribunal é bastante fraca, sem nenhum peso ou substância, sem sombras de dúvidas a parte mais baixa do filme.
Por fim, a experiência de quem já tem um contato prévio com o livro com certeza será diferente, tanto pro bem, quanto pro mal, mas independente disso, falta um pouco de brilho e autenticidade a Um Lugar Bem Longe Daqui, tornando a experiência morna e previsível.
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Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
