Fernanda Montenegro. Eu gostaria de abrir este texto apenas com isso, pois é tudo que você precisa saber sobre o filme. Claro existe o fato de ser uma obra adaptada do livro Dona Vitória Joana da Paz, escrito por Fábio Gusmão, que conta a história real de uma mulher que praticamente sozinha peitou o tráfico e a polícia e teve que viver o resto da vida no programa de proteção a testemunhas.
Mas novamente, mesmo com uma história extremamente interessante, o ponto alto do filme é Fernanda Montenegro, que no auge dos seus 95 anos, entrega uma performance incrível e emocionante.
A trama do filme acompanha Dona Nina (Montenegro), uma senhora que vive em uma favela cercada de violência. Certo dia, ela decide documentar os crimes por conta própria, a partir de filmagens registradas em fitas VHS, feitas da janela de sua casa na zona sul do Rio de Janeiro. A história é baseada no caso real envolvendo Joana da Paz, mulher que foi a responsável por desmascarar uma grande quadrilha de traficantes e policiais corruptos.
O primeiro terço do filme parece dar algumas voltas em torno de si mesmo sem sair do lugar, mas quando a trama começar a se desenrolar, principalmente com a entrada do repórter interpretado por Alan Rocha, o ritmo melhora bastante.
Há também alguns exageros na trama que as vezes fazem o longa se assemelhar mais a uma novela das 21h da Globo do que qualquer outra coisa, mas graças a grande presença de Fernanda Montenegro o filme nunca descamba pra nada muito caricato ou de falso moralismo.
Fazendo o simples, deixando sua protagonista brilhar e a história falar por si própria, Vitória sai com um saldo positivo e nos encanta em poder ver o que deve ser a última atuação de Montenegro nas telonas. Que ótimo momento para o cinema nacional e que bom que o legado dela sempre estará conosco.
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