X – A Marca da Morte, novo filme de terror da A24, dirigido e escrito por Ti West, apresenta um ótimo slasher para os fãs do gênero, e se utiliza de clichês de forma muito inteligente, acrescentando camadas a uma história que poderia ser banal.
A trama do filme se passa em 1979, onde um grupo de jovens cineastas ousados tem a ideia de fazer um filme erótico na zona rural do Texas. Eles decidem iniciar as gravações em uma fazenda que pertence a um casal de idosos solitários. No entanto, quando os proprietários descobrem sobre o filme, uma perseguição sangrenta se inicia.
A ideia do filme pornô dentro do filme, dá um aspecto de metalinguagem ao longa, que diversas vezes intercala as cenas picantes com outras do cotidiano do velho casal, buscando paralelos e fazendo conexões que mais pra frente fazem sentido. É muito comum em filmes de slasher os jovens serem punidos pela sua devassidão, e não que aqui não vão acontecer mortes e justamente por conta do sexo, mas é criado todo um contexto e motivações que fazem sentido as cenas de sexo existirem e de forma central para trama, tudo é tratado de forma natural, sem ser puramente apelativo.
Apesar de picantes, as cenas também geram bons momentos de humor, com diálogos de duplo sentido e uma fiel representação das atuações caricatas típicas dos filmes eróticos.
Toda a construção de suspense feita até a chegada na fazenda e o encontro desconfortável com os anfitriões é muito bem feita, você sente algo estranho no ar, mesmo nada de fato tendo acontecido. E a construção do suspense daí pra frente só aumenta, como visto na ótima cena do crocodilo.
Sobre as atuações, a grande surpresa foi descobrir ao final do longa que Mia Goth, que interpreta Maxine, também interpreta Pearl, o que vale uma salva de palmas não só pela sua performance, mas para maquiagem.
A ambientação nos anos 70 é bem marcada tanto pela ótima trilha sonora, quanto por algumas transições de cena, que fora desse contexto poderiam soar antiquadas. West também cuidou da edição do filme, e é possível perceber algumas momentos arrojados, com cortes secos que vão e voltam como um piscar de olhos ou as divisões de tela. A trilha sonora original também ajuda a criar um ótimo clima de suspense e incomodo.
Por fim, o filme entrega tudo que se espera de um filme do gênero, com um banho de sangue e se utilizando de elementos apresentados anteriormente, deixando tudo bem amarrado. X – A Marca da Morte é muito consciente de sua simplicidade e por isso acerta em cheio em não dar um passo maior que a perna.
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