Inserida de forma silenciosa no catálogo da Netflix, La Casa de Papel logo se tornou uma das séries mais populares no Brasil neste início de ano. A produção espanhola é composta apenas por uma temporada, dividida em duas partes pela Netflix.
Em La casa de Papel acompanhamos oito habilidosos ladrões que se trancam na Casa da Moeda da Espanha com o ambicioso plano de realizar o maior roubo da história e levar com eles mais de 2 bilhões de euros. Para isso, a gangue precisa lidar com as dezenas de pessoas que manteve como refém, além dos agentes da força de elite da polícia, a execução do plano não é nada fácil quando o mínimo erro pode levar todos a prisão ou a morte.
Para começar, a série se utiliza de um recurso que eu particularmente acho bem legal (desde que bem executado) que é o Voice Over, ou seja, uma narração. E a narração é feita pela personagem principal, da mesma forma que vemos em Tropa de Elite, Narcos e O Mecanismo.
Após a entrada dos assaltantes na Casa da Moeda no final do primeiro episódio, vestidos de macacão vermelho e máscaras do Dalí, nós acompanhamos o desenrolar do plano. O roteiro do primeiro episódio passou por mais de 52 edição e foi revisado por varias vezes para que o episódio do assalto não tivesse falhas. O roteiro da série é muito bem trabalhado, de forma muito fácil você compra a ideia proposta, mesmo assistindo mais de uma vez não achei nenhum erro em que comprometesse a produção, foi realmente feito com muito capricho.
A escolhas de cada personagens também foi um acerto, todos possuem um carisma muito grande e executam em conjunto atuações muito solidas, principalmente Arturo Román (Enrique Arce) que teve uma tarefa dura de ser carismático e justamente quem causa a maior revolta em quem assiste, junto com o Professor (Álvaro Morte) e Berlim (Pedro Alonso) em minha opinião são os grandes destaques, mas todos são muito bons.
Na edição o uso de flashbakcs em nada é cansativo e torna-se uma peça chave para evidenciar o brilhantismo do plano arquitetado pelo professor. Mesmo a reedicão feita pela Netflix não fez com que cada desfecho final perdesse força, escolhendo sempre um ápice para o fim do episódio, não querer assistir um atrás do outro é uma tarefa difícil.
A trilha sonora de músicas clássicas e típicas potencializam uma sensação nostálgica e agrega valor a tudo que ele estão executando, mostra ainda mais como aquilo tudo é mais que um plano, é uma grande obra de arte. Além desse aspecto engrandecedor e revelador ajuda e muito na hora dos flashbacks.
Algumas decisões de arco de personagem não foram lá tão felizes, mas ainda assim a obra tem um grande destaque de qualidade que é merecido pelo ótimo trabalho em toda a produção, mesmo que em minha opinião o final da série é bem borocas, muito clichê e bobinho não sendo tão desafiador quanto a série foi até o final, não posso desconsiderar tudo que foi feito, a série é muito boa, muito bem produzida e dirigida. Pode ir sem medo que a diversão é garantida, ela se torna ainda mais legal quando se assiste com alguém.
Título original: ‘La casa de Papel’
Direção: Alejandro Bazzano
Elenco: Úsula Corberó, Álvaro Morte, Enrique Arce, Alba Flores, Miguel Herrán, Pedro Alonso, Jaime Lorente López, Paco Tous, Itziar Ituño, Maria Pedreza, Darko Peric, Kiti Manver.
Gênero: Drama/Suspense. ESP, 2017.
Duração: 42 a 55 minutos. / 19 episódios
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