Depois de mais de 10 anos do Universo Cinematográfico Marvel, onde os filmes do estúdio se interligam gerando uma enorme cinessérie com mais de 20 produções, WandaVision chega pra ser a primeira série televisiva com total influência e continuidade nesse universo arquitetado por Kevin Feige, presidente do Marvel Studios.
Depois dos acontecimentos em Vingadores: Guerra Infinita e Ultimato, nos deparamos com Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany) vivendo uma vida tranquila numa típica vizinhança suburbana… nos anos 50?? Exato!
A criadora do projeto Jac Schaeffer, aproveitou para brincar com o conceito de seriados de tv e vai a cada episódio homenageando uma década diferente, indo dos anos 50, com efeitos práticos, fotografia em preto e branco e formato de tela 4:3, até chegar nos anos 2000 usando o estilo de falso documentário como The Office e Modern Family.
Dividida em três atos, cada um com três episódios, temos primeiro a apresentação dessa nova realidade, que se vai se alterando rapidamente e deixando várias perguntas ao espectador. A partir do quarto episódio começamos a ver o que acontece fora da cidade de Westview e algumas dúvidas vão sendo respondidas, assim como novas vão surgindo com a presença de novos importantes personagens. Os três episódios finais são deixados para as grandes revelações e o desfecho da história.
Foi muito prazeroso ir acompanhando semanalmente cada parte dessa aventura pouco usual. Apesar do público já estar acostumado com maratonas, o efeito de deixar os fãs matutando e criando teorias sobre cada episódio foi extremamente eficaz, tornando a experiência coletiva ainda melhor.
Todos os atores estão ótimos, sem exceção. Elizabeth Olsen tem espaço para mostrar uma veia cômica e atuações caricatas que os episódios de época pedem e ao mesmo tempo demonstra confusão, pesar e sofrimento quando exigida. Paul Bettany parece se divertir mais do que nunca, podendo mostrar mais do Visão sem toda a maquiagem pesada. O retorno de outros personagens já conhecidos como Jimmy Who (Randall Park) e Darcy Lewis (Kat Dennings) também é bem vindo, com destaque para Darcy, que apagou uma má impressão de ser meio chatinha nos filmes do Thor.
Os novos personagens introduzidos também são muito cativantes e bem construídos. Como podemos perceber ao final, Kathryn Hahn e Teyonah Parris tem lugar garantido em novas produções dentro do MCU.
A trama se desenrola em seu próprio ritmo, e aproveita o tempo que tem para ter uma visão mais introspectiva de seus protagonistas. Contudo ela sofre com a expectativa criada em torno de teorias e participações de outros personagens importantes. Apesar de tudo a Marvel aqui aposta em uma resolução bem mais simples do que a esperada, o que de certa forma é bom, já que algo muito complicado ou cheio de loucuras como é de costume nos quadrinhos poderia afastar o público mais casual, mas ao mesmo tempo pode decepcionar os fãs mais fervorosos. O que ajuda a acalmar esse tipo de fã é o fato de ter vários bons easter eggs ao longo do caminho, daqueles que não estão apenas de enfeite.
No fundo, WandaVision é sobre perda, luto, aceitação e sobretudo amor, como o finale deixa bem claro. Tudo que à envolve é repleto magia, mistério e um pouco de ação como se espera de uma produção da Marvel, o que é legal, mas se no centro disso não tivesse a linda relação construída entre os protagonistas, seria algo vazio.
Com vários ganchos para a história dos personagens continuar, não necessariamente em outra temporada, o que mais importa aqui é a jornada que tivemos, muito mais do que o final, que na verdade, apenas encerra um ciclo. Ah e não se esqueça das duas cenas pós-créditos!
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