Próximo de completar 30 anos nos cinemas desde o lançamento do primeiro Missão Impossível, em 1996, a franquia de ação estrelada por Tom Cruise soube se reinventar e permanecer relevante ao longo dos anos. E chegando ao seu sétimo filme com Acerto de Contas Parte 1, mostra que ainda tem muita lenha pra queimar.
Na trama Ethan Hunt (Cruise) e sua equipe do FMI embarcam em sua missão mais perigosa até agora: rastrear uma nova arma aterrorizante que ameaça toda a humanidade antes que caia em mãos erradas. Com o controle do futuro e o destino do mundo em jogo, e as forças sombrias do passado de Ethan se aproximando, uma corrida mortal ao redor do globo começa.
Em MI: Nação Secreta (2015) com a chegada do diretor Christopher McQuarrie, a franquia passou a ter uma identidade mais própria e uma continuidade narrativa mais coesa. Cruise achou em McQuarrie um grande colaborador que o entende e embarca em suas doideras megalomaníacas, com cenas de ação feitas sem dublê.
Falado em termos de ação, onde o cinema atual tem John Wick como principal modelo, Missão Impossível mostra que é possível fazer algo tão bom quanto, sem seguir necessariamente o mesmo estilo. Tem tiroteio no deserto, perseguição alucinada de carro pelas ruas estreitas de Veneza, trocação franca de soco numa viela apertada e a grande cena final que é uma sequência de tirar o fôlego num trem, digna inclusive de qualquer jogo de Uncharted, melhor inclusive do que qualquer cena feita na própria adaptação do game.
É legal ver a equipe reunida novamente com Simon Pegg, Rebecca Ferguson e Ving Rhames, mas claramente o maior destaque fica por conta de Hayley Atwell, que faz seu debut na franquia com uma ladra que acaba entrando de cabeça nessa trama de espionagem global. Pom Klementieff também está ótima como uma das antagonistas cheia de trejeitos, mas sua presença marcante fica por isso mesmo já que não tem muito espaço para desenvolvimento.
A trama do filme dialoga bastante com os tempos atuais com cada vez mais o avanço da tecnologia e da Inteligência Artificial no nosso dia a dia, mas por vezes soa meio “cabeçuda”, já que tudo se resume a dominação global de qualquer forma, e mesmo se ficar alguma dúvida no ar os personagens insistem em repetir o plano de maneira expositiva.
O filme se agarra ao trunfo do MacGuffin, algum objeto extremamente importante para os personagens que move toda a trama, mas que para o público acaba sendo indiferente. Apesar da ótima ação, existem momentos pontuais com boas sacadas de humor, e uma parte dramática mais profunda que os anteriores.
Como fica perceptível logo no título, o filme não chega a ter um final propriamente dito, está é a primeira parte do que promete ser o grande desfecho da franquia, que deve polpar aqueles mais desavisados de algum possível descontentamento, como aconteceu em Homem-Aranha: Através do Aranhaverso. Independente disso, temos uma ótima entrada na franquia, que apesar de sempre estar se renovando, ainda busca ter suas raízes firmes com tudo aquilo que a tornou o que ela é.
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