PUBLICADO EM 20/12/2023

Aquaman 2: O Reino Perdido

 

Aquaman 2: O Reino Perdido

Aquaman 2: O Reino Perdido aparentemente é o último prego no caixão do antigo Universo Compartilhado da DC, que terá Superman: Legado como um novo começo, embora James Gunn, novo chefão criativo da DC nos cinemas, jure de pé junto que Besouro Azul também fará parte dessa iniciativa. Este desfecho não poderia ser mais emblemático, com um filme sem qualquer tipo de carisma ou apelo.

O primeiro Aquaman, de 2018, é até divertido e gera impacto pela novidade, e conseguiu por algum motivo quase inexplicável chegar a marca de mais de 1 bilhão de dólares nas bilheterias, era esperada alguma evolução do personagem, que a mitologia de Atlântida fosse melhor explorada, ou que o vilão que vem sendo preparado desde o primeiro filme tivesse grande impacto, mas absolutamente nada disso ocorre.

Na trama do novo filme, Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II) detém o poder do mítico Tridente Negro e sua ancestral força malévola. Para derrotá-lo, Aquaman (Jason Momoa) recorrerá a seu irmão Orm (Patrick Wilson), o ex-Rei da Atlântida, ainda na prisão, para forjar uma aliança improvável. Juntos, eles vão ter que deixar de lado suas diferenças para proteger seu reino, salvar a família de Aquaman e o mundo da irreversível destruição.

Para começar, o Aquaman de Momoa parece simplesmente uma versão dele próprio de férias. Existe uma cena dele andando de moto ao som de Born to be Wild que a única explicação de existir é porque ele queria se ver na tela do cinema andando de moto ao som de Born to be Wild. Existem tantas outras cenas que dão simplesmente vergonha alheia.

Existe uma profusão de cores e brilho fosforescente embaixo d’água, que é meio brega, mas isso o primeiro filme já era e está longe de me incomodar particularmente, mas a questão é que Atlântida está longe de ter alguma identidade muito marcante. Em determinado momento eles vão para outro local, escondido onde só piratas frequentam, numa clara alusão a cantina de Star Wars,  a diferença visual da cidade de Atlântida é nula. O tal do Reino Perdido que aparece só lá pela meia hora final parece ter se utilizado de uns concept arts rejeitados de O Senhor dos Anéis.

O vilão Arraia Negra por sua vez, que tem uma construção desde o primeiro filme baseada em sua vingança, é simplesmente genérico, ele acaba sendo dominado pelo poder do Tridente Negro, e no final das contas tanto faz o motivo dele ter começado tudo, qualquer um ali no lugar dele não faria diferença nenhuma, inclusive nem seus poderes são algo de destaque. O mínimo destaque positivo vai para Orm, que tem no seu interprete um Patrick Wilson parça de James Wan, já acostumado com suas presepadas, e ganhando mais destaque no longa e na sua relação com Arthur Curry, que insiste em ficar chamando ele de “irmãozinho” sempre que possível, é quase se Momoa tivesse incorporado o espírito de Velozes & Furiosos, onde tudo que importa é a família.

Existe uma falta de cuidado aos detalhes, por exemplo, em determinado momento Aquamomoa precisa usar um traje furtivo, que o deixa invisível, mas o traje não cobre sua cabeça ou sua cabeleira, mas isso não impede que ele fique invisível por completo. Ou o fato dele libertar o irmão pois este teria como achar o Arraia Negra, mas na verdade  ele só tinha a informação da cidade dos piratas onde eles poderiam, quem sabe, buscar alguma informação sobre o paradeiro do vilão, então qual a serventia de Orm estar ali? Poderiam simplesmente ter pegado a informação com ele e seguir caminho, sendo que ele nem queria ter ido junto com o Aquamomoa a princípio. Ou o fato do Arraia Negra estar tocando o terror nos sete mares a cinco meses, roubando um componente perigosíssimo capaz de destruir todo o mundo, mas aparentemente ninguém teve a capacidade de pará-lo durante todo este tempo. E ainda para completar um pequeno spoiler, caso você se importe com isso a essa altura: como Arraia Negra sabia da existência do filho do Aquamomoa?

De certa forma é até um alívio perceber que o DCU irá recomeçar agora, pois desse jeito as coisas tendiam a piorar. Wan ganhou projeção e é mais acostumado e fazer filmes de terror, mas ele não precisava ter tornado a experiência de Aquaman 2 assustadora desse jeito.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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