Assim como qualquer livro tem sua epígrafe, Sylvia Plath incorporava uma frase como sendo a sua: “Positividade exultante e negatividade desesperadora”, demonstrando os extremos que passara intimamente ligada durante seus poucos anos de vida.
Nascida em 1932, Boston, Sylvia Plath publicou seu primeiro poema aos oito anos de idade, demonstrando um lado prodígio em relação às artes. Entretanto, por mais cheia de felicidade que estivesse naquele momento, não seria o sentimento que duraria por muito tempo. No mesmo ano o seu querido pai falecera, dor que reflete em muitos de seus poemas – até mesmo a sua profissão aparece nos poemas da juventude de Plath.
Superado esse ano, Sylvia continuou seus estudos de forma brilhante, o que a fez conseguir uma oportunidade de escrever na revista “Mademoiselle”. Como toda arte imita a realidade, foi essa experiência que a fez escrever o livro “Redoma de vidro”, em que conta a triste história de uma jovem que se vê enlouquecendo. A ideia é de que Sylvia passava a fazer auto reflexões, vendo-se de maneira tão distorcida que lhe dava impressão de se olhar através de uma redoma de vidro.
A deprimente jovem do livro era, em certos pontos, tão entristecida quanto Sylvia. Foi, então, em 1953, que a bela poetista dos fios dourados tentara se matar pela primeira vez. Após tomar pílulas e rastejar para debaixo de uma cama, ficou por ali em torno de três dias – foi encontrada por sua mãe e irmão, e levada ao hospital. Recuperada da ocasião de quase morte, Sylvia escrevera o poema “Lady Lazurus”.
O nome é uma referência ao Lázaro da bíblia: esse retornou dos mortos, quando falecera. Sylvia, portanto, considerava que ter sobrevivido à tentativa de suicídio a tornava aquela que voltou do mundo dos mortos.
Pouco depois de sair do hospital e se recuperar de mais uma recaída, formou-se na Smith College e passou a ser estudante de Cambridge, onde havia um jornal em que publicava periodicamente seus poemas. Entretanto, em uma dessas edições, recebera a crítica de Ted Hughes, autor pelo qual se apaixonou perdidamente durante o resto de sua finita vida. Assim como o sentimento surgiu rapidamente, foi-se embora na mesma proporção – apenas para Ted.
Em 1962 se divorciam, ao passo que Sylvia havia descoberto que Ted tinha inúmeros casos com outras mulheres, incluindo suas alunas. Tomada por uma onda de tristeza, continuou a cuidar de seus filhos e teve um longo período de lucidez na escrita. Escolhia um horário propício para escrever, quando os demônios batiam à porta de seu coração, o que a fez escrever suficientemente para um livro repleto de suas incríveis poesias. Publicado apenas em 1965, o compilado de seus destroços poéticos foi chamado de “Ariel”.
Sylvia cometera suicídio em 1963. De madrugada, preparou lanches para os dois filhos, vedou todas as janelas e portas com fita isolante e ligou o gás do fogão, esperando até que, mais uma vez, a morte viesse até si. infelizmente, tivera o infortúnio de só ter tido a possibilidade de incorporar Lázaro apenas uma vez em sua vida.
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