PUBLICADO EM 01/03/2023

Creed III

 

Creed III

Após mais de quatro anos do lançamento de Creed II (2018), retornamos ao spin-off da franquia Rocky, que traz o protagonista Michael B. Jordan estreando na direção e pela primeira vez sem Sylvester Stallone, que é creditado apenas como produtor. O ator declarou que decisão de não participar foi sua, pois não concordava com os rumos que Jordan e o produtor Irwin Winkler estavam dando para a franquia, mas manteve o tom mais ameno, diferente do seu posicionamento sobre o spin-off de Ivan Drago, ao qual é determinantemente contra.

Na trama do novo filme, depois de dominar o mundo do boxe, Adonis Creed (Michael B. Jordan) tem prosperado tanto na carreira quanto em sua vida pessoal. Mas Damian (Jonathan Majors), amigo de infância de Adonis e ex-prodígio do boxe reaparece, após cumprir uma longa sentença na prisão, ansioso para provar que merece sua própria chance no ringue.

Tirando o elefante da sala, na verdade é bem estranho a ausência de Roky na trama, não só fisicamente, mas a ausência de qualquer menção ao personagem. Não se sabe se ele está na Filadélfia, no Canadá com seu filho ou se está morto, porque nenhuma palavra é dita, e dada a sua importância na vida de Adonis, sendo uma figura paterna que ele nuca teve, não faz sentido ele não ser nem citado, ainda mais pelas dificuldades que ele passa nesta nova história. No máximo ele cita o mantra que Balboa lhe ensinou antes da luta decisiva “Um passo, um soco, um round de cada vez“.

Mas se focarmos no que temos apresentado, ainda podemos encontrar algo muito bom. Jordan se mostra um diretor muito competente, apostando em close-ups nos diálogos mais sérios e dramáticos e trazendo um novo vigor as cenas de lutas. Ele utiliza muito bem a câmera lenta, sem ser repetitivo, e novamente usando closes nos golpes e pontos fracos dos lutadores.

Muito se fala da influência de Jordan nos animes, que ele já declarou ser fã, e é nítido isso aqui, principalmente no dinamismo das lutas, fazendo algo realmente diferente de todos os longas anteriores. Ele também ousa um pouco no embate final entre Creed e Damian, trazendo um aspecto intimista e psicológico bastante inesperado.

A atuação de Jordan é boa como sempre, ele está mais a vontade do que nunca e as interações com sua família, seja sua mãe (Phylicia Rashād), sua esposa Bianca (Tessa Thompson) ou sua filha Amara (Mila Davis-Kent) são divertidas e comoventes. Mas é Jonathan Majors, quem rouba a cena. Ele consegue de um jeito único ser intenso, meticuloso, raivoso, ter seus trejeitos e chegar quase no limite do exagero, mas nunca ultrapassa essa linha, ele realmente entrega tudo possível num personagem cheio de camadas como Damian.

Todo o resto segue padrão da franquia: a superação, o treinamento e achar dentro de si a vontade e o motivo certa para lutar. E claro que todo mundo gosta de uma bela trocação franca de socos no ringue, mas o longa sabe que o verdadeiro motriz da trama são os personagens. O diálogo e a abertura para o entendimento e o perdão entre eles são essenciais o longa não se perder entregar um ótimo entretenimento.

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  3.5

 

SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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