PUBLICADO EM 10/08/2023

Fale Comigo

 

Fale Comigo

Fale Comigo é um terror independente australiano, que chamou atenção nos festivais por onde passou, incluindo em Sundance, onde foi adquirido para ser distribuído nos EUA pela A24, no Brasil o filme chega pela Diamonds Films Brasil. Esta é a estreia em longas metragens dos irmãos gêmeos Danny e Michael Philippou, que fizeram muito sucesso produzindo conteúdo para o Youtube e redes socias, e eles mostram grande qualidade e segurança neste projeto íntimo e intenso.

O longa segue um grupo de amigos que descobre como invocar espíritos usando uma mão embalsamada. Isto provoca uma nova e perigosa emoção que eles não podem controlar, até que um dos jovens vai longe demais e libera terríveis forças sobrenaturais.

A personagem principal, Mia (Sophie Wilde) te seus próprios problemas para enfrentar após a morte de sua mãe, mas parece sempre disposta a ajudar sua amiga Jade (Alexandra Jensen) e seu irmão mais novo Riley (Joe Bird). Ajudar ao próximo parece uma forma de se sentir melhor consigo mesma e evitar se afundar nas suas preocupações. Logo, quando a nova onde entre a molecada é a possessão demoníaca, outra forma de escapismo surge, por mais bizarra que possa parecer.

Tudo se torna muito plausível, pois os diretores entendem seus protagonista, são simplesmente jovens inconsequentes, vidrados em viralizar nas redes sociais. A sequência que eles começam a brincar com a mão numa reuniãozinha de amigos com uma música descolada como se estivessem bebendo ou usando algum tipo de entorpecente é ótima pois resume muito bem o sentimento.

CDN media

Obviamente o público está esperando o momento em que a coisa desanda de forma catastrófica, e tudo que envolve essas partes são bem gráficas e violentas. Curiosamente os diretores sabem dosar tudo de uma forma que não chegue a ficar extremamente desconfortável, a edição é ágil e valoriza os sustos e o gore sem apelar para jump scares baratos.

Com um orçamento baixíssimo, mesmo para os padrões de filmes do gênero, aproximadamente U$ 4,5 milhões, nenhum efeito deixa a desejar, já que são praticamente todos práticos, apostando em criar uma atmosfera de suspense, com cenas não só violentas, mas também nojentas e um tanto bizarras. O trabalho maquiagem deve ser destacado também.

Wilde manda muito bem, tanto nas cenas mais gore quanto nas dramáticas, sendo o grande destaque na atuação. Seu arco dramático é bem explorado, embora algumas questões pareçam ficar meio no ar.

Embora estabeleça algumas regras sobre todo misticismo apresentado, o filme parece mais interessado em deixar possibilidades abertas do que responder todas as perguntas, e isso acaba sendo algo bom, pois tem espaço para público tirar suas próprias conclusões, gerando um interesse genuíno por mais, de forma natural, diferente de diversos outros filmes que parecem implorar para que uma nova franquia seja estabelecida.

Mesmo que realmente tudo acabe por aqui, tenha certeza de ter visto um dos melhores filmes de terror do ano.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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