PUBLICADO EM 20/10/2023

Hypnotic – Ameaça Invisível

 

Hypnotic – Ameaça Invisível

A filmografia de Robert Rodriguez é curiosa, para dizer o mínimo. Ele tem ótimos filmes de ação galhofa como Um Drink no Inferno (1996), Planeta Terror (2007) e Machete (2010), além de pérolas como Pequenos Espiões (2001) e As Aventuras de Sharkboy e Lavagirl (2005), então é difícil saber o que esperar dele. Em Hypnotic – Ameaça Invisível, tudo leva a crer que estamos diante de um filme mais sério, um suspense policial com um toque fantasioso, mas em determinados momentos é difícil segurar o riso involuntário.

No longa, o detetive Danny Rourke (Ben Affleck) se envolve na investigação de um caso envolvendo uma série de roubos em larga escala. No decorrer da investigação, Rourke descobre que sua própria filha – que está desaparecida – pode estar conectada ao caso de alguma forma. E além da pressão para resolver os crimes, o detetive ainda precisa lidar com um misterioso programa do governo que, assim como sua filha, pode ter algo a ver com a conspiração. 

É curioso perceber várias influências de filmes como A Origem (2010) e Matrix (1999), e ainda sim o longa parecer bem mais com algum episódio perdido da novela da Record, Os Mutantes Caminhos do Coração.

Até mais ou menos metade do filme temos uma série de eventos que carecem de verossimilhança, como o fato do detetive voltar ao trabalho após uma sessãozinha meia boca da psicóloga e não apresentar nenhuma documentação que comprove que está apto a trabalhar, ou o fato de ele pouco se importar com matarem seu parceiro com um tiro na cabeça, com esta sendo apresentada como única solução possível para o problema, uma vez que poderiam simplesmente ter desacordado o rapaz com uma boa pancada e fugirem.

A cara de pau dos idealizadores vai além quando todos esse pequenos arrombos de roteiro são justificados com aquele velho truque de que tudo é coisa da cabeça, tudo é sonho, a realidade não é o que parece. Ou seja, nada tem consequência, pode tudo, fazendo sentido ou não. E isto por si só também pode ser considerado um erro já que existe uma baita organização por trás tramando tudo. Se eles tinham tanto investimento para tramar aquilo, não poderiam contratar alguns roteiristas decentes? Ou depois de executarem o mesmo plano 12 vezes, sem sucesso, não seria a hora de tenta algo diferente?

Gosto de imaginar que Alice Braga ganhou um bom dinheiro e fez muitas amizades no set de filmagem, para pelo menos compensar sua presença aqui, e quem sabe embarcar em projetos futuros melhores. Affleck está no modo canastrão hardcore e algumas cenas com close nele e em William Fichtner, travando uma batalha psíquica, não ajudam nem um pouco.

Com alguns plot twists safados na reta final, Hypnotic consegue perder um pouco da graça involuntária que tinha para ficar apenas chato e genérico. E pra variar, existe uma cena pós crédito que leva a crer que alguém imaginou que isso poderia ter alguma continuação. Para o bem de todos esperamos que não.

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  1.5

 

SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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