Atualmente é difícil não colocar filmes como John Wick e Atômica para parâmetro com outros filmes de ação que seguem esta mesma linha, e há exemplos de casos que conseguem suprir as expectativas como Anônimo, e outros que deixam a desejar como Jolt: Fúria Fatal. Kate está mais próximo do primeiro caso que do segundo.
No filme acompanhamos Kate (Mary Elizabeth Winstead), uma assassina profissional que acaba sendo envenenada, e tem em torno de 24 horas para se vingar. No processo acaba criando uma forte ligação com Ani (Miku Patricia Martineau), sobrinha do chefão da Yakuza (Jun Kunimura) que ela está perseguindo.
Winstead entrega uma ótima performance, abrindo caminho para se consolidar como uma das grandes atrizes de ação num futuro próximo. O que não falta são cenas de luta, com porradaria franca muito bem coreografada e troca de tiros intensas. Além da sua notória habilidade como assassinada, o fator “kamikaze” da personagem dá ainda mais peso para as lutas, já que ela não tem mais nada a perder.
O retrato do submundo de Tóquio, apesar de pouco explorado, é bem feito, considerando o orçamento reduzido da produção, e as escolhas musicais ajudam a deixar o ambiente mais vivo e divertido. Em determinados momentos é possível perceber algum tipo de influência das animações japonesas na forma como o diretor Cedric Nicolas-Troyan filma.
A relação de Kate com Ani é interessante, e segue o mesmo modelo de tantos outros filmes, com um personagem durão baixando sua guarda por conta da inocência de uma criança. O problema é que Kate esconde um grande segredo de Ani a respeito de seu pai, e infelizmente as consequências deste ponto de ruptura entre as duas não é bem explorado.
O longa é feito para a protagonista brilhar, por isso os demais personagens como Woody Harrelson, que faz o mentor de Kate, acabam ficando sem muito espaço para desenvolvimento, sendo bem previsíveis e rasos.
Talvez o segredo dos acertos de Kate e Anônimo seja a produção de David Leitch, que inegavelmente cria um padrão nos seus projetos, mas também é inegável que ele entrega o que há de melhor no cinema de ação porradeiro nos últimos anos, portanto quem é fã do gênero deve curtir bastante mais esta experiência.
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Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
