PUBLICADO EM 19/02/2024

Madame Teia

 

Madame Teia

Depois de passar por filmes de caráter extremamente duvidosos, como Venom e Morbius, este universo expandido que a Sony cria em volta do Homem-Aranha ganha mais um exemplar de rara peculiaridade.

A trama se passa em um universo paralelo do que já foi apresentado nos filmes do Homem-Aranha e derivados, onde conhecemos Cassandra Webb (Dakota Johnson), uma paramédica em Manhattan que pode ter habilidades de clarividência. Forçada a confrontar revelações sobre seu passado, ela forja uma relação com três jovens destinadas a futuros poderosos… se elas conseguirem sobreviver ao presente ameaçador.

A cena de abertura de Madame Teia mostra a mãe de Cassandra na Amazônia Peruana pesquisando aranhas com propriedade especiais. Por algum motivo a câmera fica se movimentando como se tivesse sendo operada na mão e dando pequenos zooms no rosto dos personagens num momento de confronto, talvez pensado para dar um toque de tensão para cena, mas fica apenas ridículo. Se falar que o vilão Ezequiel (Tahar Rahim) poderia simplesmente ter tido uma abordagem um pouco mais inteligente ao roubar a aranha, e não apenas sair dando tiro pra todo lado. O que impedia ele de sair de fininho durante e noite? Ou incriminar outra pessoa pelo roubo? E afinal, uma expedição inteira morre no meio da floresta e nenhuma repercussão acontece além de deixar uma criança órfã? Sem falar nas “pessoas-aranhas” que aparecem para salvar o bebê, que tem um design muito ruim. Só nesse começo já dá pra ter noção do que esperar do restante do filme.

Toda  busca de Ezequiel pelas garotas que ele viu em sua visão é absurdamente estapafúrdia. Aliás, o porquê dessa aranha dar poderes premonitórios é um mistério. Mas enfim, o filme poderia abordar a questão de destino e determinismo de uma forma interessante, mas isso está longe de acontecer.

A partir daí toda a sequência que conhecemos a rotina de Cassie é muito entediante, até o fatalismo de um roteiro preguiçoso colocar todas as personagens ligadas “pelo destino”. Não há nenhuma explicação lógica para que todas se conectem, apenas porque sim, para que o filme ande. E apesar do que se tem falado sobre o filme ser tão tuim que dá a volta e fica bom, bom isso vai depender muto do seu estado de espírito, pois na maior parte do tempo eu particularmente achei o filme meio entediante. Nem o humor acidental aconteceu para mim durante a sessão.

Os efeitos especiais não são nem piores nem melhores do que se tem hoje em dia nesse tipo de filme. Sobre as atuações, é até difícil falar sobre quando se tem um roteiro e diálogos tão pobres. Não existe ator que consiga se salvar, mas é preciso comentar que em pleno 2024, a escolha de Sydney Sweeney, com seus 26 anos, como uma jovem adolescente inocente, que literalmente usa uniforme de colégio, é casting nível Malhação.

É incrível perceber que mesmo com tantas acusações que os filmes de super-heróis estão saturados existem pessoas que não conseguem fazer o básico. Madame Teia poderia ter feito uma história de origem simples e funcional, como tantas outras, ou partido para algo completamente diferente. mas simplesmente é incompetente em praticamente tudo que tenta. É o tipo de filme que seria ruim lá no começo dos anos 2000, quando a febre dos super-heróis estava apenas começando, hoje em dia se torna apenas uma piada, que nem chega a ser tão engraçada assim.

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  1.5

 

SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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