Escrito e dirigido por Lee Isaac Chung, Minari – Em Busca da Felicidade, é um filme que vem gerando muita repercussão tanto por sua qualidade, quanto pela discussão levantada nas premiações: ele é ou não um filme “americano”?
Segundo as regras do Globo de Ouro, Minari apesar de ser uma produção totalmente norte-americana, filmado nos EUA, com diretor americano e do ator protagonista ser naturalizado americano, só pode concorrer na categoria de melhor filme internacional, por ter muitos diálogos em língua não inglesa, o coreano no caso.
O filme se passa nos anos 80, com o imigrante sul-coreano Jacob (Steven Yeun), mudando com sua família da costa oeste dos EUA para a zona rural do Arkansas, decidido a criar uma fazenda em solo inexplorado, arriscando suas finanças, seu casamento e a estabilidade da família. Enquanto isso seu filho, David (Alan S. Kim), de sete anos de idade, se depara com um novo ambiente e um modo de vida diferente, e só começa a se adaptar com a chegada de sua vó (Yuh-Jung Youn).
Perceba, a história gira em torno do american way of life. Jacob quer conseguir ter sucesso e prover sua família através do próprio esforço, assim como os primeiros colonos ingleses que se estabeleceram nos EUA. O solo (americano) em que ele tenta cultivar é difícil, inexplorado, mas ele arrisca, e insiste até conseguir vingar suas verduras e legumes (tipicamente coreanos).
O roteiro segue certos padrões do gênero dramático, mas nunca cai nas armadilhas do clichê. Há momentos de respiro, com o alívio cômico gerado pelas interações entre David e sua vó, Soonja. Ambos são fantásticos, você enxerga uma relação tão verdadeira quanto inusitada, já que a vovó nunca é o que David espera.
Steven Yeun por sua vez entrega a melhor atuação de sua carreira, tendo que conciliar a dureza que o esforço para prosperar exige, com a ternura que sua família precisa em momentos complicados, e como parece impossível conciliar as duas coisas. Claro não podemos esquecer de Yeri Han, como a esposa de David, uma personagem mais pé no chão, que apesar de querer tanto quanto ele que tudo de certo, desaprova várias decisões e o rumo que as coisas podem tomar.
Claro que a questão da imigração está presente e tem peso na narrativa, mas se família fosse substituída por qualquer outra, o cerne da questão ainda estaria ali, o torna Minari não apenas um file genuinamente norte americano, mas também um filme universal.
Nós estamos no Facebook e você também pode nos achar no Instagram e Twitter, curta as páginas e fique por dentro do UNIVERSO REVERSO.