O Contador (2016), teve um sucesso expressivo para um baixo orçamento nos, padrões de Hollywood, e boas críticas na época de seu lançamento, mas curiosamente apenas mais de 10 anos depois temos uma continuação. Talvez seja porque no mesmo período Ben Affleck estava focado nos projetos da DC como Batman, mas finalmente aconteceu.
Na trama acompanhamos Christian Wolff (Affleck) que possui um talento para resolver problemas complexos. Quando um velho conhecido é assassinado, deixando para trás uma mensagem enigmática, Wolff se sente compelido a resolver o caso. Percebendo que medidas mais extremas são necessárias, Wolff recruta seu irmão distante e altamente letal, Brax (Jon Bernthal), para ajudar. Em parceria com a Diretora Adjunta do Tesouro dos EUA, Marybeth Medina (Cynthia Addai-Robinson), eles descobrem uma conspiração mortal, tornando-se alvos de uma rede implacável de assassinos que fará qualquer coisa para manter seus segredos enterrados.
Se no primeiro filme o relacionamento entre pais e filhos era o principal, aqui temos o laço entre irmãos ser o ponto de interesse maior. E chega a ser curioso pois é a primeira vez que os dois tem momentos juntos, de fato e esses momentos são justamente respiros do filme. A trama principal fica de lado por alguns minutos e temos apenas dois irmãos tentando se reconectar, conversando ou saindo pra beber. A química entre Affleck e Bernthal funciona muito bem, eles são opostos que se completam.
Toda a trama de assassinato e suspense construída é bastante parecida com o primeiro filme, tirando o fato que dessa vez Wolf quase não precisa usar seus dons como contador, o que não deixa de ser irônico dado o título do filme. A ação é abraçada totalmente, temos os protagonistas indo fundo e descobrindo um grande esquema de tráfico humano.
O tom do filme é mais exagerado, tanto na ação quanto nos momentos de humor e até nas coisas mais absurdas, como um bando de crianças autistas sendo a equipe de inteligência deles. E isso não é uma crítica a inteligência das crianças, de forma alguma, apenas estou constatando o absurdo da situação. E falando em absurdos é possível também traçar paralelos com o próprio Batman de Affleck, mesmo que essa não seja a intenção dele.
Mesmo lá em 2016, o Contator tinha uma aura de filmes de ação dos anos 90, e na sequência isso ainda continua, embora a ação seja um pouco mais parecida com os filmes de hoje em dia, tanto que o final com o grande tiroteio ele descamba pra algo mais genérico, o que pra mim é uma pena. Seria muito mais legal ver a habilidade dele ser realmente melhor trabalhada, mas pelo menos a relação entre os irmão vale a pena.
O Contator 2 é o típico filme que se assiste com seu pai no domingo depois do almoço, onde ele fica falando que tudo é uma mentirada, que nada daquilo aconteceria no mundo real e no final ao ser perguntado o que achou declara: “filmaço”.
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