PUBLICADO EM 10/02/2024

O Menino e a Garça

 

O Menino e a Garça

Hayao Miyazaki, inimigo número um da aposentadoria e maior gênio criativo por trás do Studio Ghibli, nos presenteia com mais uma grande obra. O Menino e a Garça é descrito como o projeto mais intimista e biográfico do cineasta.

Mahito, um menino de 12 anos, luta para se estabelecer em uma nova cidade após a morte de sua mãe. Quando uma garça falante conta para Mahito que sua mãe ainda está viva, ele entra em uma torre abandonada em busca dela, o que o leva para outro mundo.

Falar sobre a animação e o grau de excelência do Studio Ghibli é chover no molhado. Todo o cuidado com cada detalhe no cenário, design de e movimentação de personagens é absurdo. A Garça em si, por exemplo, apesar de simples, seu visual é marcante e quando se revela sua real identidade, como se algo saísse de dentro dela vemos o quanto é meio bizarro, incrível e divertido. Além claro de sua complexidade como personagem: ela é boa, ruim, vai ajudar, atrapalhar, etc… a verdade é que a moralidade de todos os personagens é muito mais complexa que isso.

Na verdade é justamente isso que torna o filme mais interessante. O protagonista por exemplo, claramente sente a falta da sua mãe, embora não consiga demonstrar muito bem isso. Ele quase sempre está de cara fechada, e usando cores frias, mas embarca numa bela viagem cheia de cor e criaturas coloridas que contrastam com seu espírito.

É interessante perceber que o intimismo da obra não é apenas por conta do teor biográfico pessoal, mas também profissional de Miyazaki. É possível enxergar um pouco de várias outras obras do diretor aqui, como Viagem de Chihiro (2001), Ponyo (2008), Princesa Mononoke (1997), etc. Miyazaki aborda vários temas já conhecidos de suas obras, mas mais do que nunca a tela parece um caldeirão em ebulição com vários sabores se misturando.

A verdade é que o Menino e a Garça não é exatamente um filme fácil, alguns momentos parecem um pouco arrastados e existem várias passagens mais poéticas do que funcionais, é o tipo e filme que precisa de tempo para ser absorvido, principalmente por quem não é acostumado com o estilo de animação japonesa, mas sem dúvida vale a a imersão nesse mundo fantástico criado por Miyazaki.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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