Depois de tentar evitar um apocalipse iminente, e não ter tanto sucesso assim, o grupo de irmãos desajustados conhecido como The Umbrella Academy salta no tempo e acabam se espalhando pelo início dos anos 60. Essa é a premissa da segunda temporada da adaptação da Netflix do quadrinho criado por Gerard Way e Gabriel Bá.
Apesar de boa, a primeira temporada é meio morna, mas aqui parece que todos os envolvidos estão mais a vontade, elevando o nível da produção. O roteiro é bem amarrado, algo que é sempre complicado se tratando de viagem no tempo, e toma bastante liberdade em relação ao material original, uma ótima decisão.
Com os personagens já apresentados e estabelecidos fica mais fácil trabalhá-los e desenvolver suas relações. Um exemplo é a relação entre Klaus (Robert Sheehan) e Ben (Justin H. Min), uma grata surpresa, principalmente pelo destaque merecido dado ao irmão já falecido do grupo. Outro destaque é a relação entre Diego (David Castañeda) e a nova adição ao elenco Lila (Ritu Arya), que faz o primeiro deixar de ser um personagem chato e a segunda não é apenas uma muleta, ganhando cada vez mais importância pra trama durante a temporada.
Outro acerto é não se furtar de tratar de assuntos muito pertinentes (ainda nos dias de hoje). Alisson (Emmy Raver-Lampman) luta ativamente pelos direitos civis dos negros nos EUA, enquanto Vanya (Ellen Page) vai descobrindo e explorando sua sexualidade.
Reginald Hargreeves (Colm Feore) tem mais destaque, mas ainda é uma figura misteriosa, além de ser uma figura paterna horrorosa. Luther (Tom Hopper) pouco acrescenta e não brilha, total oposto do Número Cinco (Aidan Gallagher). Como seu poder é o de viajar no tempo, se espera que ele esteja sempre no centro da ação, mas Gallangher vai além e rouba a cena toda vez que aparece.
Apesar das ótimas interações e de praticamente todos os núcleos serem bem desenvolvidos, o jogo de gato e rato, e de junta família, separa família, talvez tenha se estendido um pouco. O final por sua vez deixa um baita gancho pra uma continuação, e muito potencial a ser desenvolvido, uma vez que a série achou o tom perfeito entre o esquisito, a comédia e o drama.
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